domingo, 22 de abril de 2012

Dias de brincadeiras

Hoje com este tempo chuvoso e vendo meus filhos brincando, relembro meu tempo da saudosa infancia. Era realmente um tempo mágico, pois comparando o aparato tecnológico e recursos que meus pequenos têm em mãos,  à criatividade que tínhamos na época, fomos realmente crianças que superavam as adversidades.
Dias de chuvas:
Eu costumava guardar embalagens de uma manteiga chamada "Campo Grande" (uma caixa pequena e retangular amarela), e quando possuia ao menos 6 delas, as unia com tiras de papel e cola e fazia um trem, brincando com a minha pequena maravilha na sala de minha casa. Não havia tv a cores ainda, muito menos projetores 3D, plasma, HBO, Disney Channel e etc, mas eu brincava e me sentia bastante feliz em comandar um trem de embalagens de manteiga em meu reino de fantasia.
O meu pequeno tesouro era contido em uma caixa de madeira, onde eu guardava meus gibis e álbuns de figurinhas incompletos. Tudo isto adquirido poupando centavos semanais no dinehiro para o lanche na escola. Haviam uns albuns de figurinhas de times de futebol, que prometiam prêmios a quem completasse uma página, ou então se fosse contemplado com uma figurinha "carimbada", que fazia juz ao prêmio sem a necessidade de preencher a página. O álbum em si era feio, figurinhas mal impressas, mas os prêmios anunciados eram o chamariz: Ferros de passar roupa, Mochilas, chuteiras, bola de couro e etc, bem diferente dos PSP's, Passaporte Disney e etc de hoje em dia. Confesso que nunca consegui ganhar nada....
Nós éramos felizes com muito pouco em nosso vasto reino.
Em dias de chuvas era muito complicado, pois a rua das Artes não era pavimentada, e diversas poças de lama se formavam e quando precisávamos sair para comprar algo para nossos pais, era um verdadeiro caos de lama. Confesso que eu adorava afundar meus pés nas poças, mesmo sabendo da bronca que levaria no meu retorno a minha casa.
Mas de uma coisa eu tenho certeza: Morro de saudades daquele tempo!
Aos poucos eu irei postando as aventuras e descobertas...

sábado, 14 de abril de 2012

Contando a história

Falar sobre os meninos e meninas da rua das Artes, em Bangu, não é uma tarefa tão simples. Eu levei muito tempo para iniciar este projeto, e tentarei ser o mais fiel possível em todos os relatos.
Era uma época de ouro, em que hoje sabemos que o mundo estava em grandes mudanças, mas para nós só havia o desejo de brincar e descobrir o mundo dentro de nossa inocência. Não haviam programas formadores de opinião e manipuladores como vemos hoje. Nossa infancia seguia segura dentro da vigilância de nossos pais, sem celulares ou GPS.
Alguem poderá dizer que sou um saudosista ultrapassado, mas eu discordo disto, pois me vejo como uma pessoa normal que apenas viveu uma época de respeito em todos os aspectos. Ouvíamos os sermões dos mais experientes e mesmo que discordando, silenciávamos em respeito.
Os vizinhos eram mais do que simples vizinhos, eram amigos! Infelizmente a minha saudade não tem o poder de trazer de volta os que se foram, mas posso citá-los com carinho e manter viva as suas memórias. As festas de aniversário, fim de ano, páscoa e etc, tinham sempre uma boa parte do grupo compartilhando em comum. Era algo fantástico, bem diferente da frieza de hoje...
Eu vou citar os nomes das familias que mais foram importantes, para que cada personagem tenha o seu papel dentro de meus relatos:

1 - Dna Tereza e Adilson, filhos: Mauro, Gracinha e Marquinho;

2 - Dona Maria e Manuel, filhos: Fernando (nanico), Renato e Daniel;

3 - Dona Cléia e João, filhos: Claudia, Cristiane, e dois meninos que não me recordo os nomes;

Infelizmente Dona Tereza e Adilson já são falecidos, mas foram muito importantes em meu crescimento, pois eram nossos vizinhos diretos e eram pessoas muito alegres e honestas.
Dona Maria ainda vive na rua das Artes, e os meninos todos são casados.
Tambem lamento  falecimento de Dona Cléia, que era uma pessoa muito alegre e tranquila. João o marido eu encontrei a pouco tempo na rua das artes. Uma pessoa adorável e ilustre Flamenguista, muito bom de papo e gostava bastante de dançar, grande pessoa!

Os outros irão entrar nos relatos gradativamente, pois infelizmente é muito dificil concentrar todas as lembranças e colocá-las em ordem cronológica.
Nas proximas postagens, iniciarei os relatos sobre as aventuras, descobertas, frustações e as artes, que fizemos na rua das ARTES!