quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

A mudança...

Entre 1970 e 1971, nós nos mudamos para a Rua das Artes, numero 121 casa 1 (mais uma vila). Da mudança eu me recordo de ter deixado para trás meu jipinho a pedal do exercito... A casa era bem maior, possuia 2 quartos amplos e um pequeno quintal nos fundos.
A rua eu lembro bem, ainda era em terra e não possuia asfalto. A vizinhança era muito tranquila e isto tornava o local um verdadeiro paraíso. De contras, havia a distancia da nossa escola para a nova residencia, e isto nos custava uma boa caminhada diária com minha mãe. E a minha mãe fazia esta caminhada duas vezes ao dia (naquela época não havia as facilidades de transporte como hoje, e ainda tem gente que reclama...).
Naquela época, Bangu era um mundo de casinhas em tijolinhos vermelhos, padrão da fábrica Bangu. Eu lembro bem de alguns lugares marcantes como o Correios (com uma enorme caixa verde metalica na entrada), O núcleo da Piscina do Bangu Atlético Clube, A escola Martins Junior, o Cassino Bangu, um varejo da fábrica na rua Prof Clemente Ferreira, o chafariz da Igreja na praça da Fé.
Aos poucos eu comecei a explorar o novo local em que residíamos. Na casa da frente da vila onde eu morava, havia a familia de Dna Tereza, com seus 3 filhos: Gracinha, Mauro e Marcos. Na casa ao lado do corredor de nossa vila, morava Dna Maria e Seu Manuel, um casal de portugueses que tinham tambem 3 filhos: Fernando, Renato e Daniel (por ordem de nascimento).
Estes foram meus primeiros amigos, embora nossas mães não nos dessem muita liberdade de estar na rua. Desenvolvemos uma forma de chamar uns aos outros, com algumas latas vazias amarradas em um barbante que ficava pendurado no muro que dividia os quintais. Isto quase nunca funcionava...rss
A nossa brincadeira favorita era com carrinhos de plástico, e desenhavamos estradas no chão com cacos de tijolos. Fernando possuia dois anos a menos do que eu, e seus irmãos possuiam respectivamente 1 ano de diferença para baixo.
Os filhos de Dona Tereza já eram mais velhos, ou seja, Marcos possuía 5 anos a mais e Mauro possuía 7 anos a mais. Porém eles possuiam primos que sempre iam até a casa deles e com isto, aumentava nosso grupo de meninos amigos.
Os primos se chamavam: Ernani e Júnior.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

O início

O lugar: Bangu, subúrbio carioca distante 40Km do centro do Rio de Janeiro;
A época: 1970
Os personagens: Meu pai, minha mãe, minha irmã e eu.


Hoje tenho consciencia de que naquela época, o mundo passava por mudanças muito radicais. Era uma época muito estranha, mas na minha inocência de criança o mundo era apenas uma porta aberta a diversão.
Lembro-me muito bem que morávamos na rua Agrícola no numero 183 (não tenho ceteza), uma vila de 4 casas. A nossa casa era a de numero 2.
Eu era uma criança introvertida, com poucos amigos e praticamente não brincava nas ruas ainda, por proibição de minha mãe.
Deste local, guardo apenas algumas lembranças:
- Minha primeira explicadora, antes mesmo de ser matriculado em algum colégio: Carminha;
- Minha primeira escola: Roquete Pinto;
- Minha primeira professora: Dona Adélia;
- Meu primeiro grande amigo: Cleber;
- Minha segunda professora: Dona Maria da Glória;
- Um pequeno milharal que meu pai havia plantado no quintal;
- Meu avô Jaime, que morava conosco;
- Os desenhos que meu avô fazia para mim;
- As idas a feira de domingo com meus pais;
- O supermercado Leão;
- Os cigarros Beverly, que eu comprava para meu avô;
- As réguas de madeira, costumeiramente chamadas "carinhosas" que serviam para minha mãe nos bater nas pernas. Eu e minha irmã Marli, sempre dávamos um jeito de escondê-las, embora logo fosse substituída...;
- O Natal em que ganhei um jipe dos bombeiros, um fusca da policia e um carro conversível, todos de fricção;
- Os desenhos na tv preto e branco;
- Um dos precursores dos heróis, Nacional Kid;
- Os biscoitos que eram vendidos a varejo e não nas embalagens personalizadas de hoje em dia;
- Os almoços em família nos Domingos;
- As visitas a casa de minha avó Maria na rua das Artes, normalmente aos domingos.
- Os programas de rádio que ouvíamos na casa de minha avó Maria. O preferido era  "Eu acredito no incrível" que contava histórias de assombrações;
- O jipe do exército, que meu pai me deu. Era um carro a pedal, e eu amava aquele carro;
- As idas a casa de compadre Astrogildo, amigo de profissão de meu pai, do qual meu pai e minha mãe eram padrinhos de um dos filhos;
- O "Juquinha"que era filho de um casal de portugueses, que era uma "peste mordedora";
- Meu pai pintando um pedaço de murim branco, com as cores da bandeira nacional, para a copa do mundo de 70;
- Um brinquedo que se chamava "Phanton", Um avião a jato a pilha, pendurado por uma corda que fazia vôos em círculo. Era o brinquedo de um vizinho e meu pai 'não podia compra-lo para mim. Lembro que quando iniciei na eletronica, fiz um igual com alguns recursos a mais.



Mais informações sobre esta época:

http://pt.wikipedia.org/wiki/D%C3%A9cada_de_1970